sexta-feira, 28 de maio de 2010

Fonte dos desejos

Você olha para trás e percebe que aquilo que viveu já não era a sua vida. Você era um personagem, uma garota apaixonada, uma pessoa dispensável para todos.
Você tenta refazer as mesmas coisas, ir aos mesmos lugares, mas não, não tem mais graça alguma, a única coisa que volta pra você são os sentimentos ruins. A certeza que o tempo não volta, à dor daqueles primeiros dias. Você anda sozinha com o sonho de encontrar o amor por ai, encontrar-se com ele de volta. Você leva uma corrente com sigo para poder se acorrentar a ele, com o desejo de nunca mais deixa-lo escapar. Mas ele não aparece, ele se esconde, ele foge. Ele encontrou outra menina mais interessante para esbanjar sua beleza, ele encontrou outras pessoas que o fizeram esquecer de sua doçura. Suas lagrimas para ele não são mais salgadas, são perfeitas gotas de mel que só ajudam a aumentar a doçura de outras vidas, de outras pessoas em outros lugares. Você anda com sua sombrinha escondendo seu rosto do vento gelado, enquanto admira a cor prateada desse céu que não é mais a mesma coisa pra você.

Então tudo para! Você passa pelo mesmo momento que um dia já passou. Quando era feliz, quando tinha o amor.
Resolve tentar a mesma coisa. O frio se torna aconchegante pra você, mas por outro lado, faz você se lembrar que quando estava ali o que lhe aconchegava era o brilho do sol, o calor dos braços dele. Não quer saber de sofrimento, por isso, expulsa essas lembranças do mesmo jeito que expulsa essas lagrimas secas em seus olhos. Não tinha mais o que chorar. Pega uma moeda dentro de sua carteira; Posiciona em seus dedos e deseja o que tinha que desejar. Seus olhos se abrem e seus dedos lançam a moeda para dentro daquela fonte. Os segundos levam horas para passarem e então, com um sorriso nos lábios molhado com lagrimas, você volta a caminhar. O amor não voltou ainda a andar do seu lado, mas a esperança sim.




Mayara Floriani

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Esconda sua frieza

Nunca foi uma menina de desistir. Jamais se contentou com pouco e sempre fazia tudo sozinha. Não gostava da ajudo dos outros e nunca pediu pra que lhe ajudassem. Não sorria para todos e muito menos amava os que lhe admiravam. Era realmente diferente. Não com suas roupas nem maneira de falar. Mas na maneira de agir. Tentava se esconder atrás dos outros para que ninguém notasse toda essa frieza. Tinha amor próprio? As pessoas se perguntavam.
Isso lhe diz claramente. Não, não se amava. Amava os outros, ou o outro. Não ela, ela não vivia do jeito que queria, mas sonhava em um dia ser assim.


Bônus para os leitores e pra caah. (:


Mayara Floriani

Sonhe, mas não tanto

Era sexta feira à noite e todos já estavam em alguma festa, beijando pessoas, ou bebendo até não lembrar mais qual foi a ultima bebida que tinha engolido. Mas ela, como sempre prefere ficar, ficar ali sentada somente imaginando como seria ter ido junto. Perguntem-se por que ela faz isso, pois ela também não sabe.
Liga sua televisão e começa a ver um filme, tudo era tão clichê naquela tela, naquele ponto de luz em volta de tanta escuridão do seu quarto.
Uma bela menina que era tão sozinha. Um belo menino que aprontava tanto. Vidas diferentes que se encontram. Mudanças repentinas e um beijo pra selar o compromisso.
Ali começava uma historia de paixão, amor à primeira vista, algo que ela tinha somente em sonhos.



Passeios em um parque de mãos dadas esperando o sol se por. Enrolados em uma coberta em uma clareira ali no lado. Andando pelas ruas frias nas madrugadas. Trocando camisas pra guardarem o seu cheiro. Brigando com o mundo para ter a companhia um do outro. Virando noites pra pensar no que dizer. Se tornar mais forte para resistir a distancia. Bem eram tantas coisas que ela invejava que ela queria poder também ter. Mas não, ela tinha de ficar em casa, sustentando-se com a felicidade dos outros, sugando energia de cada um para poder se manter em pé.
E com um beijo do casal e um 'te amo' pronunciado o filma se acaba. Momentos se passam e ela continua deitada em sua cama, imaginando por que não ela. Pois bem, a única coisa que ela não sabe é que a distância dela para seu amor é a mesma distância do seu quarto até a cozinha, mas o corredor é escuro e sua imaginação é fértil.