sábado, 31 de outubro de 2015
Lideranç@ que ama!
Esta noite eu dormi 3 horas e 13 minutos. Três horas, treze minutos, três horas, treze minutos, três horas, treze min...
Esta noite tive alguns pesadelos acordada. Pensei no trabalho, na faculdade, no voluntariado, no estágio obrigatório e por fim, em você.
Estou te escrevendo isso pois sei que você dorme a mesma quantidade de horas que eu e gostaria de te perguntar:
- Dá pra ser feliz dormindo tão pouco?
Eu sei que parece ser uma pergunta idiota mas é que, poxa vida, três horas e treze minutos?
Hoje é só quinta e adivinha? Esse final de semana eu tenho tanta coisa pra fazer que me dei o luxo de agendar cinco horas por noite de sono.
Awesome. Cinco horas! Quanta alegria.
Será que algum dia eu volto a dormir mais de 5 horas por noite?
É a dúvida que me paira agora, quando parei de escrever por três minutos, peguei a xícara de café (horrível) que estou bebendo, tentando me manter acordada através da cafeína, e vi o meu reflexo no liquido.
E se juntarmos nossas horas de sono? Já pensou? Talvez podemos dormir quase oito horas caso juntássemos nossas horas de sono.
O meu pé gelado poderia se juntar ao seu pé gelado e poderíamos reclamar da falta de sono juntos, poderíamos até reclamar que em vez de dormir estamos ali, perdendo tempo conversando sobre a vida, sobre nós.
E a manhã já não seria tão ruim de acordar. Poderíamos, inclusive, por o despertador meia hora antes, só para acordarmos e ficarmos juntos, curtindo a presença e o carinho um do outro.
Eu levantaria primeiro, faria o seu café e o meu chá, e nos encararíamos com um sorriso no canto da boca, com os olhos marejados e vermelhos de sono.
- Dá pra ser feliz dormindo tão pouco? - Eu perguntaria.
- Dá sim - você responderia - Com você dá pra ser feliz mesmo sem dormir por que mesmo acordado parece que estou sonhando!
sábado, 18 de julho de 2015
Sobre não querer gostar dela
Eu quero que você saia da minha vida agora, garota. Quero
que você me deixe exatamente como eu estava a três semanas atrás. A minha vida
estava tranqüila na melancolia que eu escolhi viver. Eu podia reclamar do
tempo, da política e do mar. Eu podia espernear e brigar com minha mãe sobre
coisas supérfluas, eu podia viver de mal
humor e brigar com as pessoas no trânsito, eu podia ser eu mesmo na minha
infelicidade tão amada. Eu só quero voltar, quero voltar pra minha doce e
querida melancolia e, sinto lhe informar, vocês duas juntas não combinam.
Sabe por que, garota? Por que você é feliz, você é doce,
você é o meu oposto. Você não reclama, não chora e não esperneia. Você diz
obrigada e por favor para todos e, inclusive, eu sei que você se sente um pouco
mal quando eu não agradeço e peço licença. Você é do bem e eu sou do mal!
Agora você entende o por que eu quero que você saia da minha
vida? Como é que eu posso reclamar da minha infeliz vida se com você eu deixo
de ser infeliz e passo a ter a felicidade constantemente ao meu lado? Sei que
para você isso é difícil, mas a infelicidade é muito mais próxima e confortável
para mim do que essa sua tal amiga, felicidade. Como é que eu posso brigar e
reclamar das coisas pequenas quando você, que nunca percebe nelas, só se magoa em
relação a fome no mundo e ao preconceito?
Como é que eu posso
ser tão reduzido a pequenos problemas se você é tão incrivelmente grandiosa na
arte da gratidão?
Me deixa em paz, garota! Em nenhum momento te pedi pra me
fazer feliz. Me deixe em paz, garota, antes que eu me torne uma versão pirata
de você ou que eu te corrompa com o meu mau humor existencial.
domingo, 12 de julho de 2015
Missing call
- "Você está
brava?"
Disse ele com aquela voz rouca que sempre tem depois de
ficar muito tempo em silêncio e eu, que fui surpreendida com aquela pergunta
desalinhada, não me recordo quanto tempo demorei para responder. Sei que não
consegui dizer nada além de um - "Hm,
sei lá"!
Estávamos a aproximadamente três dias sem trocar uma palavra.
Eu sei que três dias não é algo muito relevante para a maioria das pessoas, mas
para mim, naquele momento, parecia uma eternidade. Percebi que estava
investindo muito em uma causa sem retorno e resolvi me afastar, fazer um estudo
de caso, analisar os fatos e ver se a pena realmente valia. Pela minha cabeça
já havia passado diversos pensamentos de desistência e de possibilidades de
abandonar um relacionamento, que nem era relacionamento ainda, mas que já
estava fadado ao descaso e a falência.
Eu não sei onde ele estava naquele momento, não sei com quem
ele estava ou se estava fazendo algo importante. Sei que eu estava sozinha, no
me quarto, com uma pilha de xerox da faculdade espalhados pela cama e vestindo
apenas uma camiseta velha e uma calcinha box. Ele me pegou desprevenida com
aquela ligação. Eu sou a pessoa que liga, não ele. Eu sou a pessoas que se
importa, não ele.
-"Hmmm, entendi" Disse ele.
-"Entendeu o quê?" Perguntei. Se ele entendeu
algo, eu gostaria muito que me explicasse, por que nem eu, que fui a dona das
palavras que saíram pela minha boca em um som quase inaudível , consegui
entender.
-"Sei lá, só entendi" Disse ele com a voz, que
continuava roca, que não transmitia nenhum sentimento. Nem tristeza, nem
alegria. Apenas palavras flutuantes pelo ar.
Eu estava sentada na
minha cama, olhando a parede branca e lembrando de nós dois na primeira vez que
nos beijamos. Me deu vontade de chorar!
-"Tenho que desligar, preciso dormir". Me despedi sem muitas delongas e encerrei a chamada.
Encerrei a chamada com um certo alivio. Percebi que na vida
precisamos ter angustias, sofrimentos, medos e incertezas. Precisamos ter esses
sentimentos tanto quanto a felicidade. A vida às vezes é um banquete real e
outras vezes, apenas um sanduíche feito com o pão dormido, mas quando se tem
fome de viver, tanto o banquete quanto o pão saciam a nossa fome.
Percebi que sempre me doo por completo, não existe a
possibilidade de me doar pela metade, amar pela metade e muito menos, viver
pela metade. Eu sou intensa e às vezes me decepciono com as pessoas por elas
não serem tão intensas quanto eu. Sei que ainda preciso trabalhar esse lado em
mim, viver mais tranquila, entender e aceitar o comportamento das outras
pessoas, do jeito e maneira que elas são.
Mas também sei, e sei muito bem, que quando tenho saudades
eu ligarei, mesmo que de madrugada, para lhe dizer: "Estou com saudades!". E quando eu quiser te ver, eu te
convidarei, mesmo sem você ter me convidado antes. E quando eu gostar de você,
eu falarei: - "Eu gosto de
você". Do mesmo jeito que falarei o quanto você me deixa feliz e me
faz bem. Eu sou esse tipo de pessoa e às vezes, por esses mesmos motivos, acabo
assustando as pessoas que me rodeiam e que são diferentes de mim.
Hoje eu percebo, que mesmo com o coração apertado e mal
cabendo no peito, eu fiz a coisa certa. Fiz e faço a coisa certa. Eu vivo e me
deixo viver. Eu escolho e aceito as consequências. Eu sou exatamente aquilo que
quero ser. Por mais que seja difícil, é o jeito que quero viver.
A única coisa que me deixa triste nessa história toda é
você. Você que não diz que sente saudades quando
esta com saudades. Você que não diz para as pessoas que são importantes
para ti, o quanto gosta delas. Você que larga o abraço por primeiro e nunca
aperta o teu corpo suficientemente forte ao da outra pessoa. Você que mesmo querendo dizer tudo, não diz
nada.
Eu posso afastar as pessoas pela minha sinceridade e
espontaneidade, mas você também pode, e se for pra espantar as pessoas por que
estou tentando ser feliz e tentando fazê-las felizes, é assim que prefiro
fazer. Por que pelo menos eu afasto as pessoas pois sou sincera comigo mesma, já
você, afasta as pessoas sem nem ao menos tentar fazer com que elas saibam que
você as quer por perto.
sábado, 11 de julho de 2015
I'm mess
Eu me sinto uma bagunça! Me sinto uma bagunça o tempo todo. Parece que a todo momento algo está soprando a pirâmide de cartas que é a minha vida e por mais que o sopro seja leve isso não importa, realmente não importa, a pirâmide é muito frágil e sempre é afetada.
De tantas coisa que me deixam bagunçada hoje o principal motivo é você. Quando não é você pode ser qualquer outra coisa, tudo me bagunça, mas a bagunça que você me causa é de um tamanho estrondoso. Será que você sabe?
A arritmia que passa a me dominar a todos os instantes; o coração pesado; a respiração que nunca enche o pulmão por completo; os olhos que insistem em encher de água; a voz que falha quando dirijo a palavra a qualquer um; o pensamento que se perde em seu nome e em seu rosto a todos os momentos; a concentração que se esvai sem avisar. Você consegue imaginar a bagunça que você causa na minha vida?
Eu continuo tentando limpar a casa, arrumar o quarto e deixar a bagunça mais estável. Eu continuo tentando sorrir quando algo de bom acontece em outras áreas da minha vida, quando recebo um bom dia ou quando o azul do céu me cumprimenta. Eu continuou tentando mas de nada me adianta. Estou cansada de tentar.
Eu só gostaria de tentar voltar pra casa, pra casa que eu costumava ser pra mim mesma, mas você me deixou morar contigo e agora o meu quarto já não é suficientemente espaçoso.
De tantas coisa que me deixam bagunçada hoje o principal motivo é você. Quando não é você pode ser qualquer outra coisa, tudo me bagunça, mas a bagunça que você me causa é de um tamanho estrondoso. Será que você sabe?
A arritmia que passa a me dominar a todos os instantes; o coração pesado; a respiração que nunca enche o pulmão por completo; os olhos que insistem em encher de água; a voz que falha quando dirijo a palavra a qualquer um; o pensamento que se perde em seu nome e em seu rosto a todos os momentos; a concentração que se esvai sem avisar. Você consegue imaginar a bagunça que você causa na minha vida?
Eu continuo tentando limpar a casa, arrumar o quarto e deixar a bagunça mais estável. Eu continuo tentando sorrir quando algo de bom acontece em outras áreas da minha vida, quando recebo um bom dia ou quando o azul do céu me cumprimenta. Eu continuou tentando mas de nada me adianta. Estou cansada de tentar.
Eu só gostaria de tentar voltar pra casa, pra casa que eu costumava ser pra mim mesma, mas você me deixou morar contigo e agora o meu quarto já não é suficientemente espaçoso.
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