quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A cor dos seus olhos



   Você é tão linda garota, que mesmo querendo não consigo explicar, mesmo escondendo meus amigos já sabem. E me dizem que jamais vou te ganhar, eu tento não acreditar neles e de você não desistir.

   Mas é tão difícil te ver todo o dia e você me cumprimentar, mas só por que é educada, pois aposto que nem meu nome você sabe.

   Já eu sei tudo sobre você, o seu primeiro, segundo e até seu sobrenome. Sei que seus olhos são castanhos, mas que ficam quase verdes no sol. Sei que tens cabelo liso mas que preferes mil vezes aquele cabelo romântico cacheado. Sei que verde é sua cor favorita, que adora a natureza e sonha em mergulhar com golfinhos.

   Sei tantas coisas sobre você e me enraivece saber que de mim você não sabe nada. Nem meu nome, cor dos olhos e nem que sei tantas coisas sobre você.






Mayara Floriani

Novidades




   O professor está falando já faz algum tempo, coisas que mesmo me esforçando para entender, não compreendo. Tudo parece mais interessante a minha volta, inclusive a conversa que acontece na carteira de trás, passando entre meus ouvidos e escoando em minha mente.

   Tudo parece ser melhor agora, mas mesmo desejando voltar para o conforto de minha casa, percebo que cada segundo que passa fico mais longe dele, ao mesmo tempo em que tenho ele ao alcance do meu olhar. O mesmo que lhe jogo a cada segundo, percebo assim, que não temos nada, nem um laço.

   Por que será essa obseção? Não consigo me explicar, isso já deveria ter terminado há algum tempo, mas continua em mim até agora.Esforço-me para afastar esses sentimentos, mas algo me impede. Algo que parece não me querer bem.

   Me entristece saber que não lhe verei amanhã, me entristece saber que não verei ninguém amanhã. Gosto dessa nova vida. Dessas novas pessoas, desses novos amores.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Pequena convesa



  Antes de saber o que viria por acontecer já sentia as borboletas dançando em meu estômago. Logo viria o primeiro oi, mas não tinha certeza como aconteceria. Direcionei um sorriso tímido e ele correspondeu.

– Oi! – tímido, tímido, tímido. Três vezes tímido.

-–Oi, tudo bem? – Disse, antes mesmo de deixar só um simples oi solto no vento, precisava de conversa, precisava conhecê-lo.

– hm uhum – disse ele sem me olhar e sem questionar se eu estava bem, obrigada Sr. Educação.

   Sorri novamente em sua direção. Não um sorriso do tipo que mostra mil e um dentes, mas sim aquele que não mostra nenhum. Apenas uma expressão facial de – sim, está tudo bem –.
   Os dedos batucavam na mesa, depois paravam. Arrasta cadeira. Muda posição. Cruza as pernas, ou melhor, descruza. Já passaram 20 minutos e mais nenhum som ecoou por nenhuma das duas bocas ali presentes. Respira fundo e agora prende a respiração. Faz careta para o gráfico do quadro, faz sinal de negação com a cabeça quando o professor pergunta se todos entenderam. Torce pra que ele não veja. Não deu certo, ele viu. A explicação se inicia novamente. O batuque nos dedos volta e o olhar que era pra ser discreto atrai a atenção dele pra mim. Mais um sorriso de expressão facial. Sorriso correspondido.

   Professor termina de explicar a questão novamente. – Todos entenderam? – disse o professor agoniado por perder três minutos a mais com a explicação de algo desnecessário.

– Não entendi nada – diz ele tão baixo que quase não consigo ouvir.

– Oi? Falou comigo? – pergunto. Realmente não ouvi o que ele disse.

– ah, não. Não falei, só pensei alto. É que não entendi. – Novamente foi mal educado, conversando comigo sem olhar em minha direção.

– também não entendi, mas vou estudar em casa hoje, prometo. – Antes de prometer, um riso involuntário foge da minha garganta. Ele riu junto.

– Sim, essa é a promessa diária não é mesmo? – disse ele. Agora olhando pra mim.

– Quase sempre – ri de novo. Deu de rir menina.
Silêncio. Tic tac, tic tac, tic tac..mais silêncio.Cabeça girando. Manias a flor da pele. Morde lábio. Enrola cabelo. Escreve na mesa. O tempo passa. Por enquanto, nem uma palavra nova apareceu. Já se passaram 12 minutos até eu resolver falar.

– Tu sabe se...

– que horas são? – ele me interrompe antes que eu fizesse uma pergunta tão banal quanto essa, já que seu celular estava em cima da mesa.

– 19:30 ainda – respondo isso apertando na tecla do seu celular e olhando a hora no celular dele, depois de sorrir um sorriso de adolescente que acaba de fazer algo inapropriado.

– nem tinha visto ele ali. – respondeu sem graça com as bochechas já coradas. – é que, sabe..fico meio nervoso!

– com o que? – pergunto já sabendo a resposta, é claro.

– não sei, acho que..você – ele olha pro caderno.

– desculpa – digo rápido. Desculpa nada eu penso, isso é sinal de que você também tem essa vontade de me conhecer, tanto quanto eu tenho.

– Não, calma. Não é um nervoso ruim, é um nervoso estranho só. – diz ele rápido.

– Ta, entendo. – só respondi, sem joguinhos agora.

   Silêncio novamente, ele nem se deu ao trabalho de me responder. Também, o que ele poderia me responder? Foi algo que eu não queria fazer, uma frase dita sem entusiasmo. Reclamo da morte da conversa, mas fui eu mesma que a matei.
   O tempo passa e descanso minha cabeça no meu caderno. Infelizmente só percebi que estava com o rosto virado em sua direção depois que acordei. Talvez eu tenha dormido por um bom tempo, não lembro. Somente senti um carinho no meu ombro, mas o cansaço me pegou quando estava sem defesas. Cochilei, peguei no sono e ponto final.
   Acordei com a voz de um amigo me chamando, e logo que abri os olhos ele não estava mais lá. Levantei e olhei ao redor do ambiente pra ver se o encontrava. Nada. Só vi um bilhete com o meu nome escrito. Caligrafia feia, mas meu nome.
 
Abri o bilhete e nele estava escrito:

– Não quis te acordar, desculpa ir embora sem dizer tchau. Minha namorada me ligou com problemas. Boa aula e boa noite. Beijos.

Amassei o bilhete e sorri. Caligrafia feia, mas de um novo amigo.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Coragem estranha


   Quando lhe viu, já estava lá fazia algum tempo. Não sabia o que fazer como já era de esperado, nunca sabia o que fazer, então, fez o que sempre fazia, nada.
  
 Sentou-se perto dele, porém não tanto quanto queria. Lembrou-se que um dia perdido na rotina, por um erro grandioso da natureza foi obrigada a sentar-se perto dele, mas foi horrível. Nunca foi tão menosprezada em sua vida. E pra piorar, seu perfume passeava frente a frente ao seu rosto fazendo cosegas em suas narinas, que não se acostumavam com o perfume dele.
  
 Hoje, porém, discordou de tudo que já havia esclarecido a si mesma. Que loucura sem igual é essa que esta se contando?  - Chega. Está na hora de parar, tenha foco agora mesmo -  gritava ela por toda parte do seu corpo. Sempre foi assim, uma garota estranha com seus sentimentos. Obvio, não deixava isso transparecer, mas já fazia alguns meses que estava difícil de esconder.
  
 Ao lhe encarar percebeu que tudo aquilo não passava de uma loucura, se bem que ao seu ver muitas loucuras lhe aconteciam.  Mas nada se comparava com aquilo, ela podia lhe olhar por toda a extremidade facial, e garantia a todos que lhe quisessem ouvir, era exatamente igual ao que ela tinha imaginado.  Como pode isso meu Deus, Você percebe a loucura que faz com que ela tenha que viver?
   
Agora seus olhos estão fechados, tentando fazê-la esquecer das loucuras que lhe rodeiam e aos poucos ela percebe que de nada adianta prender o ar no pulmão. Como se junto ao ar fosse possível prender também todo o sentimento estranho esmagado junto aos seus órgãos. Ao seu ouvido a frase que abria as páginas de seu diário ecoavam – Acalme-se querida, você sempre foi assim. Não se esqueça assim sem pressa, que o seu exagero tem um fim. –
   

Novamente, sorriu.  Pra que levar tão a sério algo que ela já era acostumada a viver? Deus lhe deu esse dom, lhe abençoou com o poder de entrar e sair de confusões só pra lhe agitar a vida, que ela certamente prefere de um jeito mais calmo. Mas se seu destino não é esse, quem é ela para poder questionar?

Rotina Quebrada




   Às vezes passamos algum tempo agoniados com certas decisões que precisamos tomar. Nem sempre é fácil saber o que é o certo ou o errado, meu querido. Sei que você ainda não conhece a minha história, mas eu posso lhe afirmar, já passei e agora já criei anticorpos pra que eu não precise mais passar pelo que você está passando agora.
   Sei que posso parecer tão confusa quanto você, até mais, talvez. Só que não sei, não conheço outra forma de te dizer isso se não do único que consigo me expressar bem. Escrevendo.
   Escuta rapaz, não temas nada que o mundo te oportuniza a fazer. Às vezes, as atitudes nos trazem como consequências ondas tão grandes que nos engolem e nos faz sentir como se nunca mais fossemos voltar, mas às vezes, a onda vem tão suave e faz com que possamos curtir um mar de felicidade perdido em uma oportunidade, que talvez não fosse encontrada sem a sua coragem para realizar o que desejou.
   Não tenho palavras sábias a te dizer, só sei que nem sempre o coração está certo. Porém, se você não pode confiar nem em seu próprio coração, vai confiar em qual? No meu é que não vai ser, não é? Confie nele, se jogue. Não desperdice oportunidades dadas por ele. Fique bem, não se acostume com o pouco e corra..corra atrás de tudo que queiras meu amigo, pois eu te digo com a boca cheia de orgulho: - você é especial, e nada que eu possa lhe desejar vai transmitir o quanto quero te ver feliz-.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Dúvidas


-Ontem eu quase disse
-Disse o que?
-O que eu estava sentindo
-E por que não disse?
-Por que não é assim fácil
-Nada é fácil
-E nem tudo é difícil, o que eu tinha pra dizer realmente não era uma das mais fáceis.
-Te entendo, mas você é tão novo.
-Sim, por isso. Tão novo, mas já com tantas coisas conquistadas, não posso jogar tudo pro alto por uma simples aventura.
-Ela é uma aventura pra você?
-Não, é que é isso que ela parece ser pra mim, entende? Uma aventura, já que eu precisaria construir tudo o que eu já tenho construído pra ficar com ela.
-Hm, por que se ela for uma aventura pra você meu rapaz, não se engane. E não engane ela, por que tudo isso seria um grande problema.
-Mas eu não entendo, as coisas parecem ser tão simples quando estou com ela, e quando não estou penso como seria simples se fosse com ela.
-Tenho minhas dúvidas, mas acho que ela não é uma aventura pra você.
-Mas se eu for uma aventura pra ela?
-E como você vai descobrir se não perguntar?
-E se eu não for? O que eu faço? Jogo tudo pro alto?
-Só assim você vai saber se era isso que você queria ou não
-E se eu me arrepender?
-Ai fica difícil, não sei como te falar isso, mas tem certas coisas que quando nós fazemos não adianta se arrepender, escolhas são feitas e as consequências vem. Às vezes são presentes outras vezes não.
-Acho que vou ficar do jeito que estou mesmo.
-E perder a oportunidade de viver uma história de amor? Você já teve uma, e o enredo está muito fraco, você precisa finalizar esse livro e começar outro.
-Mas não quero mudar a história, quero tudo junto, entende? 
-Meu garoto, quem ama sofre, e quem não ama procura por esse sofrimento. Então aproveite pra sofrer bastante, por que depois o sofrimento vira mesmice e você não vai mais querer sofrer, e talvez quem sabe, você não encontre outro sofrimento tão bom de sofrer como este.
-Você só me confunde pai. Como foi com a mamãe?
-Deus me presenteou com sua mãe, quando vi ela sabia que seria pra sempre, mas nem todos tem a minha sorte.
-Mas então, o que eu faço?
-Faça o que você quiser garoto, já te disse tudo o que eu poderia dizer e você ainda não sabe o que fazer? Você fica com essa que gosta de você e vai sempre pensar em com teria sido com a outra, você fica com a outra e se arrepende, mas não consegue voltar com a garota que te ama, você pode se dar mal das duas formas, mas quem se importar? Quando falaram que quem ama sofre esqueceram-se de dizer que quem ama não pensa também.

domingo, 9 de setembro de 2012

Primeiro ou último encontro?

- Preciso lhe encontrar! Era o que estava escrita na mensagem que lhe acordou na madrugada de quinta-feira. Ele por sua vez lhe enviou uma mensagem, mas com três perguntas – Quando? Aonde? E como? Com muito sono, porém muito ansioso, ele demorou um pouco pra voltar a dormir, mas quando acordou na manhã de quinta-feira percebeu que encontraria sua amada.
 Eles já se falaram algumas vezes, mas nunca assim, sozinhos. Ao vasculhar seu celular, percebeu que ela tinha respondido há pouco tempo. – no horário do almoço, te encontro na praça central. A manhã em seu escritório passou rapidamente, já que estava muito atarefado. Ao dirigir-se ao local combinado, decidiu sentar se no primeiro banco, assim seria mais fácil de encontrá-lo.
 Chegou alguns minutos adiantado, nem tinha almoçado ainda. Queria muito que ela chegasse logo. Suas mãos suavam e escorregavam quando encostavam-se no banco. Precisava respirar fundo com intervalos de 2 minutos e seu coração também acelerava de um jeito rápido, porém suave. Estava ansioso.
 Passou alguns minutos naquela situação e só piorou quando viu ela se aproximando. Ela caminhava lentamente até ele. Na sua cabeça passavam mil coisas. Até que enfim ela percebera que só seria feliz ao lado dele, que ele era o único que lhe faria feliz. Ao se aproximar, ela lhe planta um beijo na bochecha e senta se ao lado dele sem dizer nada. Algo estava errado ele pensou.
– Eu..eu não posso. Diz ela sem lhe encarar. – Não pode o que? Perplexo ele pergunta. –Não posso, só isso. Não tenho forças para encarar tudo que é preciso pra ficar com você. Ela diz isso e suspira. Olha em seus olhos e termina a frase. – Desculpa!
 Ela não espera ele responder e quando escuta ele berrar seu nome, apressa o passo para que ela não precise explicar tudo que está acontecendo em seu coração. Ela vai embora, e ele, que agora levantou-se do banco, não consegue entender nada. Suas mãos continuam suadas, seu coração acelerado e sua esperança assassinada. Tudo acabou pra eles sem nem ao menos ter começado.

 Mayara Floriani

Sentimentos


   Sem querer me ofender, mas estou pensando más coisas sobre mim. Não que eu pense que sou santa, mas é que agora sinto isso mais forte do que nunca. Nunca tive essa vontade de viver a vida longe de você antes, e agora também não sinto. Só queria poder abrir as asas para que o vento me levasse um pouco mais alto e que você não me pedisse para parar de voar.
   Sinto agora que você sim me completa, mas tenho medo de ser só eu com o meu lado a ser completado e só você com o seu lado a ser completado, e assim, nos tornarmos um só. Não quero que sejamos um só, eu quero ser eu e quero que você seja você. Não conseguiria te amar do jeito que eu te amo se você fosse eu.

   Não que você não me complete, mas..bem, é difícil entende? Gostaria que você pudesse confiar em mim, que você confiasse. Eu sei, sei que é impossível e nem eu confio em mim mesma, mas eu quero o mundo também. Sair pra rua e conhecer pessoas como eu, diferentes de você. Me deixa vai!? Só quero que você me ame do jeito que eu sou, com as pessoas que quero ter ao meu lado, sem proibições. Só amor.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sem nome

Seus olhos estão doendo, não aguenta mais ler. Sabe que não pode parar, mas não consegue mais continuar. Sua barriga fica roncando com intervalos de três minutos. Está morrendo da fome e o pior é que ela sabe que só vai jantar daqui a três horas e dez minutos. Tira os óculos que agora precisa usar, pois sua vista cansa muito rápido e lhe causa dores de cabeça. Meche no seu cabelo e depois de deixa-lo todo desgrenhado, debruça-se sobre seus livros. Maldita hora que eu fui escolher fazer o contrário que todo dizia para eu fazer, pensou ela. Já se passaram três minutos, seu estômago roncou novamente. Levantou-se da cadeira, foi até a cozinha e pegou um copo sujo na pia. Lavou ele com apenas água e pensou que maravilha seria se sua fome passasse apenas com um grande e bem gelado copo de água. Tomou todo o copo que recém tinha enchido com água para tentar comprovar sua tese, mas infelizmente, sua fome ainda estava ali. Sem vontade de voltar a estudar para a prova que teria no dia seguinte, no primeiro período, no turno da manhã, dirigiu-se ao seu “quarto sala”. Sala por que a TV que tinha ganhado do seu pai estava lá, juntamente com o sofá velho que ficou adoravelmente bonito com uma manta rosa com estampas de tigre por cima, e quarto por que sua cama de solteiro se encontrava do lado do sofá, porém mais próximo da janela para sentir o sol de manhã. Ao dirigir-se ao seu guarda roupa, que também fazia parte do seu “quarto sala” posicionado ao lado da TV, pegou sua mochila de escola e retirou todos os livros e documentos impressos que a mochila guardava, ao jogar tudo em cima da cama, lembrou-se que naquela noite não teria aula e isso lhe deu uma pontada de felicidade, um sorriso brotou em seu rosto com olhos cansados. Ao selecionar as coisas que ocupariam o lugar vago de sua mochila, escolheu uma toalha, um protetor solar, garrafinha de água, uma tanga para poder se sentar no chão, e um livro. Mas não um livro chato que ela era obrigada a ler para conseguir responder corretamente as questões da prova que faria amanhã. Um livro “legal” a seu ver, um livro do autor que ela mesma escolheu, com o roteiro praticamente igual a todos os outros que ela já leu. O tipo de livro que lhe fazia sonhar e voar em seus sonhos. Antes de fechar o zíper da mochila, levou seu kit de maquiagem, só os mais básicos para poder repor sua cara de saúde depois de sair da praia. Não poderia esquecer também seu tique alimentação, que era um dos motivos de faze-la sair de casa naquele momento. Já estava de biquine, na verdade, sempre estava de biquine em casa. Colocou uma saia que estava jogada em cima de sua cama, e uma regata de renda que estava em cima do sofá. Graças a Deus seus pais não estavam ali para ver a baderna que era sua casa. Olhou-se no espelho e tentou adivinhar se seu namorado aprovaria aquela roupa. Provavelmente não. Ao fechar o zíper da mochila, dirigiu-se a todas as janelas da casa e as fechou. Depois voltou para seu “quarto sala” e pegou sua mochila. Trancou a porta pela qual saiu e desceu a ladeira em direção à praia. Sua fome ainda estava presente, ainda mais sabendo que agora faltavam menos de duas horas para poder cessar sua fome. Ao começar a ver um pedacinho do mar percebeu por que queria tanto ir para aquele lugar, longe de tudo que um dia conheceu. A paz. A paz veio lhe dizer boa tarde assim que ela tirou as rasteirinhas e sentiu a areia em seus pés. Depois, a paz veio lhe dizer – tudo bem? Assim que ela sentou em cima de sua tanga e olho o mar. Ali, apenas admirando as maravilhas que Deus fez, observando os pássaros voando, as pessoas caminhando e sentindo saudades, mas uma saudade boa, um tipo de saudade que te impulsiona para frente sem querer voltar ao passado, simplesmente sentir saudades das coisas que você não pode mais fazer a qualquer momento, mas quando faz, sente um prazer triplamente maior. Mayara Floriani