segunda-feira, 19 de julho de 2010

Intuição

Passos rápidos sob um salto alto ao anoitecer de um dia normal. O vento gélido novamente como personagem principal da noite, já que a lua e as estrelas não quiseram aparecer. Uma rua larga e um longo caminho ainda haveria de percorrer, seu coração batia rápido sem lhe dar explicações. Fantasmas brincavam pelos cantos assombrando sem perceber. Um barulho; uma pausa; o silêncio e a demora.



Voltou a percorrer seu caminho com uma aflição desconhecida, seu sexto sentido a flor da pele. Virava sua cabeça com a frequência que não queria precisar ter. Nada conseguia ver. Seus pés acelerados continuavam a percorrer o longo trajeto, agora quase a correr sem nem saber o motivo. Naquele lugar escuro caminhava. Malditas crianças que destruíam a iluminação. Azarou as crianças por alguns minutos e então escutou, virou-se para trás e via alguém lhe perseguir, correndo deixou suas coisas caírem sem medo das perdas matérias. Algo lhe dizia que aquela noite não seria normal. O barulho das moedas se aproximava, sentiu em seu braço a dor de um aperto com a mão. Um cheiro insuportável invadiu suas narinas, sua boca formigava, seus olhos lentamente se fechavam. Uma dor, algumas dores, mais que dores. Medo.

Seus olhos se fecharam por completo, ela caiu mais uma vez, mas desta vez tinha medo que nunca mais fosse levantar.


Mayara Floriani

2 comentários:

  1. Nós sempre achamos que não vamos nos levantar, mas sempre nos reerguemos!

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  2. Por isso que sempre digo que tudo no final da certo se ainda não deu certo é pq ainda não chegou ao fim!

    Linda história!

    bjos

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