Quando lhe viu, já estava lá fazia algum tempo. Não sabia o
que fazer como já era de esperado, nunca sabia o que fazer, então, fez o que
sempre fazia, nada.
Sentou-se perto dele, porém não tanto quanto queria. Lembrou-se
que um dia perdido na rotina, por um erro grandioso da natureza foi obrigada a sentar-se
perto dele, mas foi horrível. Nunca foi tão menosprezada em sua vida. E pra
piorar, seu perfume passeava frente a frente ao seu rosto fazendo cosegas em
suas narinas, que não se acostumavam com o perfume dele.
Hoje, porém, discordou de tudo que já havia esclarecido a si
mesma. Que loucura sem igual é essa que esta se contando? - Chega. Está na hora de parar, tenha foco
agora mesmo - gritava ela por toda parte
do seu corpo. Sempre foi assim, uma garota estranha com seus sentimentos. Obvio,
não deixava isso transparecer, mas já fazia alguns meses que estava difícil de
esconder.
Ao lhe encarar percebeu que tudo aquilo não passava de uma
loucura, se bem que ao seu ver muitas loucuras lhe aconteciam. Mas nada se comparava com aquilo, ela podia
lhe olhar por toda a extremidade facial, e garantia a todos que lhe quisessem
ouvir, era exatamente igual ao que ela tinha imaginado. Como pode isso meu Deus, Você percebe a
loucura que faz com que ela tenha que viver?
Agora seus olhos estão fechados, tentando fazê-la esquecer
das loucuras que lhe rodeiam e aos poucos ela percebe que de nada adianta prender
o ar no pulmão. Como se junto ao ar fosse possível prender também todo o
sentimento estranho esmagado junto aos seus órgãos. Ao seu ouvido a frase que
abria as páginas de seu diário ecoavam – Acalme-se querida, você sempre foi assim.
Não se esqueça assim sem pressa, que o seu exagero tem um fim. –
Novamente, sorriu.
Pra que levar tão a sério algo que ela já era acostumada a viver? Deus
lhe deu esse dom, lhe abençoou com o poder de entrar e sair de confusões só pra
lhe agitar a vida, que ela certamente prefere de um jeito mais calmo. Mas se
seu destino não é esse, quem é ela para poder questionar?
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